quinta-feira, 5 de junho de 2008

Gotas de Alma


Do alto da minha indignação, o que vejo são pedras que o tempo empilhou para que se transformassem numa "obra mais que de arte".
Obra de arte é o resultado de tudo que se consegue, a partir da ânsia por liberdade.
E o que eu assisto nada mais é, do que a própria liberdade, ... infinita, transparente e sensível.

Na confusão da Vida, ando a confessar minha fragilidade, e nas vezes em que as lágrimas invadem meus olhos, admito um choro causado pela confissão de sonhos em corações ansiosos.

Palavras mais que belas não substituem a evidente beleza da terra, por isso meu choro é por ver a tolice e a mediocridade daqueles, que têm medo de jogar-se ao infinito.
Escuto sussurros das "pedras-pessoas" e eles são pensamentos.
Quero ultrapassar barreiras, me embebedar do azul.

A solidão já me devolveu o enorme desejo de consumi-la e depois, gentil como sempre, tentei me livrar dela, esperando que profundos sentimentos me fizessem anjo nessa Vida, e não consegui ...

Não quero ser definido. Quero algo que se esparrame e transforme-se em "gotas de Alma" ... raros toques em suaves afagos.
Desejo um fim de tarde, uma sensação totalmente nova que me permita saborear... o gosto de presença que me foi extraída.
Enquanto o mundo segue, através de caminhos desconhecidos, sopro todos meus pensamentos ao vento, olho através da janela do quarto, e vejo minha ansiedade abrir-se feito leque ...
O abismo estende suas mãos e o alívio é um engano, uma inusitada ilusão.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Nietzsche / Demônio



E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu a vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há de retornar, e tudo na mesma ordem e seqüência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio.A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!" -Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que responderias: "Tu és um deus, e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa:"Quero isto ainda uma vez e ainda inúmeras vezes?"


Ps. Via foto ,lembrei do texto , juntei os dois e decidi postar , confusão total , mas a idéia é essa mesmo , numa segunda-feira nada melhor do que muita informação para se pensar e começar bem a semana .
Pps. Eu não desejaria viver tudo de novo igualzinho .
Ppps. Imagina a monotonia , não querendo dizer que não fui feliz .

sábado, 31 de maio de 2008

Revolta com os diretores de novela


Desviando um pouco da poesia , queria aqui deixar exposta a minha revolta contra os diretores de novela .
Passando para comer uma pizza na casa de minha mãe , tive que entre um pedaço e outro , perseguir ( porque acompanhar é muito brando ) , o último capítulo dessa novela Duas Caras .
Que coisa mais ridícula , só faltava botar terno , por que o que aconteceu de casamento foi uma grandiosidade .
Sempre o mesmo fim , que absurdo , vai aqui umas dicas para ver se quebramos esse paradigma de Happy end, que assola todas as novelas .
Como não sei o nome dos atores na novela , vou misturar , pois só sei o nome de Ferraço, Maria Paula e Juvenal Antena .
Bom o que foi aquela decrepta e balorda Suzana Vieira ,lutando com a maluca da Renata Sorah , tinham que acabar caindo do prédio, e se espatifando em cima do busto do pilantra do ex-marido , e não amiguinhas .
Flavia Alessandra devia participar daqui para frente de todas as novelas , tipo a dança seria um pré-requisito para existir novela .
Juvenal Antena para mim salvou o fim , tipo teve a normalidade , apesar de que, perder Flavia para uma boate de Ibiza foi sinal de incompetência total .
Aline Moraes, deveria ter matado Maria Paula , voltado com Ferraço e colocado aquele piá de bosta , da voz irritante num asilo para crianças . Onde Beth Faria seria a mentora dos ensinamentos de canto , (aquela voz dos dois ainda grita em meus ouvidos ).
Bom, espera um pouco que chego no casamento gay .
Lázaro Ramos , depois de Carandiru mereceu ser vereador , alias por ali devia viver o resto da Vida , estou falando na cadeia ...
Jose Wilker e aqueles ternos "demodês ", deveria ser transladado para Paris , cidade da moda , (e afogado no Sena ).
João Batista , em tempo naquela perseguição , onde mais parecia um show de apresentação da Disney da polícia , não custava nada ser atropelado , para acabar mais rápido com o papel mais que morno de que teve na sua vida .
Antonio se deu bem , com um corpo que mais parecia o boneco da Michelin , terminou depois de nem ele sabe como, engravidando Debinha e casando com ela , na verdade ele fez o que os seus mecanicos pediram , trouxe mais para perto alguém para "dividir"o filé .
Uns comments só e chegamos no casal gay .
Barretinho casa com uma negra , coincidência à parte , me impressionou o destino, faz com a gente descubra mesmo que o mundo é redondo , sua avó havia fugido com um Negrão , será que isso é genético ?
Bom , vamos ao casamento , melhor parar por aqui , na minha novela teria beijo gay , swing dos quatro que eram três, com direito a boa noite cinderela, para todos os telespectadores que se prestaram a ver esse absurdos todos .
Estou revoltado , sim a pizza esfriou e perdi a fome !!

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Filtrar as nuvens


Resolveram me filtrar as nuvens,
Justo quando queria passear na chuva
Cruzar o temporal cantando .
Por favor não levem , junto as tempestades.

Me deixem ao menos despir-me de preconceitos abstratos.
Eu bem sei que com meu corpo molhado .
Me purifico , descubro a essencia dessa dor.
Meu rosto lambido pela água pura.
Me destila.

Que tal não filtrarem as nuvens ?
Me deixarem só , apenas eu e a chuva.
Bem como um amante febril, redescobrindo com beijos.
O vazio da minha loucura,
Como o quente da água pura.
Que escorre do meu corpo,
E se vaporiza no ar ... em forma de liberdade.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Missing U



Silêncio : Vai-se dizer poesia


(Coisa mais linda, mais sentida impossível , resumido , Almado , exposto e implícito sentimento ..Silêncio !!)

segunda-feira, 26 de maio de 2008

EU nascendo de novo


Fui criado aprendendo que a maturidade vem sempre somada a sabedoria mais a idade.
Que idéia mais ridícula , cada dia que passa me descubro mais e mais incompleto.
Cheio de ansiedade e lacunas a preencher numa Vida que jamais consegui sentir realmente pleno.
Checkups de comportamento, posturas e valores. Desejos, muitas vezes inconfessáveis e inconfessados até pra mim mesmo. Tudo isso somado , resultaria em um estresse anatômico patológico.
E, no entanto, estou calmo.
Numa ebulição interna, mas tranqüilo na superfície.
Sinto Nascer em mim uma magnitude diferente. Parece que, enfim, o homem que posso ser está prestes a surgir, a florescer.
Unidade. Plenitude. Integridade. Não no sentido comum desta palavra: não no sentido moral, de honestidade e confiança. Mas integridade no sentido de integração, de coesão das múltiplas facetas de que sou feito.
“Inteireza”, talvez seja mais exato.
Estou em um melancólico e profundo contato com meu EU interior.
Não mais daquela forma infantil e fantasiosa que marcou minha adolescência e juventude.
Mas de maneira concreta, definitiva, social e verdadeira.
Sou EU nascendo quase que de novo.
Àquele que estava, e já não existe mais, espero que a escuridão dê o devido fim.

Se , se ....


No espaço que se encontra livre, vem uma tristeza.
E devagarzinho e se apossa de minha Alma.
Não se trata de uma tristeza doída.
É quase um mel, quase um afago.
É uma tristeza saudável, quase amiga.

É uma tristeza de saudade.
É a falta que faz um carinho que é para ser da gente.
E que sabemos que está à espera, sentindo a mesma falta.
É a quase presença de alguém.
Não é amargura,
Apesar de ser a tristeza que insiste em habitar meu coração sozinho e vago.

É a tristeza à espera do sonho, da Vida.
Da certeza que a solidão vai acabar um dia:
Que o Amor está escondido em uma parte da estrada.
Ou em uma dobra do lençol.
Sinto o gosto doce dessa tristeza que vem num quase gemido.
Nas lágrimas que descem.

Sinto o aconchego que poderia ter se...
“Se”, o quê ? “Se”, nada. Apenas “Se”.
O aconchego que tenho direito a ter,
Que já tive e que terei um dia,
Não se misturar com a dor que sinto agora.
Sabe-se lá até quando.