terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Tristeza feito ferida que não sara .


Guardei mágoas até descobrir que estava ocupando, no peito, um lugar bom com coisa ruim.
Deixei as mágoas para lá. Preenchi os espaços com boas lembranças e as melhores saudades. Passei a dormir recordando bons momentos e aproveitava para reviver, em sonhos, as passagens coloridas que valeram a pena.
A vida melhorou e tudo ficou mais calmo. Santo remédio para as insônias que me impunham vigílias incômodas ! Boas lembranças o coração transforma em saudades, quando existe uma razão. Tanto intróito só para lhe dizer... Você nem imagina o tamanho da saudade em que lhe transformei. Aqui e ali apertava mais aqui dentro e, sem me conter, inventava uma desculpa para me fazer presente ou ser recordado.
Não queria morrer dentro do seu peito e ser enterrado no esquecimento. Queria encontrar um jeito de estar por perto para escutar o chamado de qualquer saudades que também pintasse nas suas lembranças.
Tem sido assim, dia após dia, semana, mês, ano, ao longo do tempo, como se dele fosse dono ou tivesse todo tempo do mundo.
Já andei me perguntando as razões dessa obstinação, dessa insistência que às vezes me surpreende e sempre encontro a mesm a reposta sincera: é que ainda gosto muito de você.
Muito mais do que possa imaginar. Sei que não posso fazer cobranças nem acender luzes dentro do coração de ninguém. Muito menos no seu.
Se lhe dei, voluntariamente, todas as certezas, desejava apenas uma dúvida para alimentar uma esperança que não queria ver morta.
Tem sido responsabilidade minha permanecer nessa teimosia.
Todo romântico, seguindo os ditames do coração.
Tivesse sido um pouquinho mais realista já estaria longe, muito longe dessa tristeza feito ferida que não sara.