quarta-feira, 11 de junho de 2008

Olhos azuis da Lua refletida


Ela tinha olhos azuis, de quase bucólica tristeza.
Olhos azuis e sem alicerces, feito o céu.
Dançava com a alegria de pura beleza e que, de tão mal entendida, era tida feito tristeza.

Tristeza que, sábia, concedia a ela o gosto do vinho bom,
E permitiu que a solidão se espalhasse dentro de seu peito,
Tomando conta do susto, que foi a sombra que lhe beijou os olhos.
E em sintonia com os primeiros raios de luz de uma manhã gritante,
Ainda que muda, esbravejou palavras desconexas mas de efeito.

Mas o que há entre seu dia e sua noite?
E feito um quadro nascido de um fim de tarde frio,
Daqueles em que desejamos extrair até a última loucura.
Na minha frente, outra criação que não é minha, mas leva a minha Alma,
Merece meu sangue, pede pela minha essência.

Caminha entre campos floridos e minados,
Estilhaçando flores e colando ideais.
Explodindo em distintas realidades!
Desdobra-se a imaginação e, um único pôr-do-sol torna-se a luz de todos os dias de uma Vida.
E uma única Lua está refletida nas águas calmas que matam minha sede.