terça-feira, 12 de fevereiro de 2008



Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
Nem estes olhos tão vazios
Nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
Tão paradas e frias e mortas;
Eu não tinha este coração
Que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança
Tão simples, tão certa
Tão fácil:

-Em que espelho ficou perdida a minha face?

Não me roube a solidão


"Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas…
Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….”


Friedrich Nietzsche

Sobre Saudade


Saudade é a solidão acompanhada, é quando o Amor ainda não foi embora, mas a amada já...
Saudade é amar um passado, que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida....
Saudade é sentir que existe o que não existe mais....
Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam....
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:

AQUELA QUE NUNCA AMOU.

E esse é o maior dos sofrimentos: Não ter por quem sentir saudade, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido......
Um pouco de Neruda nunca é demais.
Em tempo : Saudade de tudo o que "ainda "não aconteceu também faz parte desse sentimento .

Coincidências ?


......Mas as coincidências. Vivo de coincidências, vivo de linhas que incidem uma na outra e se cruzam e no cruzamento formam um leve e instantâneo ponto, tão leve e instantâneo que é mais feito de pudor e segredo: mal eu falasse nele, já estaria falando em nada.......


Fragmentos de Clarice Lispector
Obs. Coincidência seria ver também, golfinhos nas nuvens ...mas isso seria loucura .

Palavras e seus reflexos


A essência das palavras
Escrever é uma arte semelhante a de um pintor que capta imagens e as transfere para a tela. Quando narradas através de palavras, o autor busca levar o leitor o mais próximo possível a expressividade da narrativa. Quando associada à mente ávida, reproduz sons, cores, aromas e sabores. Os sentidos são ativados por sensações que permitem a transposição de cenas paralelas e visualizadas. O poder das palavras contém um estágio de energia penetrando como seta quando lidas, impregnadas de essência formatada nas ações de quem as escreve.
Nada mais belo que a harmonia da escrita bem elaborada. Nada mais vexatório quando deturpada da informação verdadeira. A mensagem deve ser nítida e simples para que nesta forma seja interpretada.
A ironia e certa dosagem de irreverência, se bem usadas, poderão valorizar um conceito, porém, se exacerbadas o deturparão. Escrever é opinar e não se expor como detentor da verdade.
A exposição de palavras com elegância, aliadas a singeleza, deverá ser dirigida na conformidade de quem for lê-las. Como são livres, tanto poderá atingir o topo quanto a vulgaridade e sempre trarão no âmago a conduta transparente de quem as reproduziu.
Podem enaltecer ou arrasar, construir ou destruir. São capazes de ferir a alma e nela deixar cicatrizes indeléveis, pois permanecerão pairando no espaço sem fragmentarem-se. As palavras exprimem a poesia, a lágrima, o sorriso, o sofrimento, a alegria.
Detêm poder indescritível, o bálsamo que aplaca a desesperança. O veneno que acusa quando mentirosa; a legitimidade defensora do direito e da liberdade, quando verdadeira. Usá-las é desenvolver o dom privilegiado para engrandecer nunca para desmerecer o semelhante. São portadoras de energização. Elas criaram as leis que regem a sociedade. Através delas nosso dever é de deixar sempre uma mensagem do amor. São alimentadoras dos sonhos quando na busca do amor.
Mesmo quando expressadas silenciosas, reproduzem som que ecoa no infinito. Quem me dera, poder usá-las somente para comentar sobre o amor e o bem.