terça-feira, 29 de abril de 2008

Azul, iluminada.


Como chove la fora , parece que se estão lavando o mundo.
Contemplo a chuva e penso em escrever uma carta de amor.
Uma carta à mulher que vive nos meus sonhos.
Ela mais parece minha sombra, eu nunca disse palavras de Amor à ela.
Ela entra na minha casa pela janela e não pela porta.
Por uma porta se entra em muitos lugares.
No trabalho, no bar, na festa, no cárcere,
E em todos os lugares do mundo.
Me custa escrever a palavra Amor.
Porque o Amor é uma coisa, e a palavra Amor é outra .
Somente a Alma sabe onde os dois se encontram,e quando e como .
Mas o que pode a Alma explicar?
Por isso tenho furacões na boca.
Palavras que naufragam, que não sabem que há sol, porque nascem e morrem na mesma noite em que Amaram.
E me deixam cartas no pensamento que nunca escreverei .
Como o silêncio que há entre duas rosas.
Ou como eu, que contemplo a chuva, à chuva.
Ao meu coração, com batida desatinada .
Quando é você que linda, vem do Azul iliminada.